Número de fusões e aquisições apresenta queda após anos de alta considerável

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Dados publicados pela PwC demonstraram uma estabilização no mercado após onda de fusões e aquisições

Nos últimos anos houve um aumento considerável no número de fusões e aquisições que ocorreu no mercado brasileiro. Somente em 2021, foram registrados mais de 1650, de acordo com uma pesquisa realizada pela PwC. O setor supermercadista também experimentou essa modalidade nos últimos anos.

Recentemente, o Carrefour Brasil incorporou a bandeira BIG e adicionou às 129 para a rede varejista francesa. Em 2024, no Rio de Janeiro, a Rede Economia abriu as portas para as entradas do Supermercados Princesa e do SuperPrix, adicionando mais de 39 lojas a rede associativa.

Rede Economia

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“Com a entrada dessas duas parceiras, planejaremos novas ações para implantar ao longo do ano”, afirmou Adelino Lopes, presidente da Rede Economia em entrevista para a ASSERJ. A movimentação no setor foi considerada um potente propulsor diante do crescimento rápido de concorrentes como Guanabara, Mundial, Supermarket, e de redes de atacarejo.

Apesar disso, a estabilização do mercado e a diminuição no nível de fusões e aquisições não é preocupante para Erlon Labatut, especialista em varejo. “A queda é normal, e significa que o mercado está se estabilizando. Este pico ocorreu durante a pandemia, que foi um período turbulento para os negócios. Então aquelas empresas que passavam por dificuldade acabaram sendo adquiridas por uma outra em uma situação melhor, e assim puderam somar forças“, afirmou.

Indústria de tecnologia lidera números

Os casos recentes mais emblemáticos estão a compra da Kopenhagen pela Nestlé e a união da Arezzo com o Grupo soma, que juntos movimentaram mais de R$17 bilhões, e aqueceram a economia do país. Para Labatut, nas situações economicamente confortáveis, estes processos costumam ser mais complexos, pois envolvem negociação de valores, apresentação de documentos, estratégias de branding, entre outros elementos.

Lideram o movimento as empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações, que compreendem cerca de 45,3% do montante, seguidos pelos setores de consumo (16,9%), indústria de manufatura e automotiva (11,3%), serviços financeiros (8,9%) e energia (8,7%). Os demais setores compreendem cerca de 9% dos contratos fechados.

“Empresas de softwares, por exemplo, possuem suas carteiras de clientes com desejos e interesses parecidos. Então, se unir sob uma mesma bandeira pode gerar mais receita para o negócio, além de agregar valor. É o caso da TOTVS, que vem se tornando uma gigante do mercado através de fusões e aquisições”, explica Labatut.

Varejo de alimentos diversifica renda

Segundo os números trazidos pela PwC, o varejo alimentar, aquele que engloba empresas e industrias que trabalham com comida, vem expandindo para outros setores. Em 2024, o Grupo Cacau Show acertou a compra do Playcenter, uma rede de parques de diversões, ampliando o braço da empresa.

Em segmento diferente, o Burger King decidiu avançar para a compra da operação da Starbucks, no Brasil, mesmo após a ‘gigante do café’ ter entrado em recuperação judicial por inadimplência da Zamp, detentora da marca, com os fornecedores.

“Enquanto o Burguer King é um negócio mais voltado pras classes B,C e D, o Starbucks sempre teve uma pegada mais nichada, das classes A e B e, com isso, consegue unir a diversidade de consumidores sob a sua alçada. Quando falarmos de mercado e de varejo, (quase) tudo é sobre posicionamento.”, afirmou Erlon.

Por Publicado em: 12 de junho de 20240 Comentários