MP Investiga fraude em laticínios; saiba como evitar a compra de produto adulterado
Adulteração consistia na adição de soda cáustica e água oxigenada ao leite
A operação “Leite Compensado” teve sua 13ª fase deflagrada pelo Ministério Público (MP) nesta quarta-feira (11), visando combater a adulteração de produtos lácteos na fábrica da Dielat em Taquara, Rio Grande do Sul. Cinco pessoas foram presas, incluindo um sócio-proprietário, o diretor, um supervisor, um engenheiro químico e uma mulher que teria ordenado a destruição de provas.
A adulteração consistia na adição de soda cáustica e água oxigenada ao leite UHT, leite em pó e compostos lácteos para encobrir a deterioração dos produtos. Essas substâncias representam um grave risco à saúde, inclusive com potencial cancerígeno.
O esquema foi descoberto há 11 anos e, segundo o promotor Mauro Rockenbach, as fórmulas fraudulentas estão cada vez mais sofisticadas, dificultando a detecção pelas autoridades. A Dielat fornecia seus produtos para diversos estados brasileiros e exportava para a Venezuela, inclusive vencendo licitações para fornecimento de leite para merenda escolar em pelo menos sete cidades gaúchas.
Entre os presos está o químico industrial Sérgio Alberto Seewald, conhecido como “alquimista” ou “mago do leite”, figura central em fraudes anteriores da operação. Seewald já havia sido alvo de investigação em 2014 por práticas semelhantes em outra indústria. Sua defesa nega qualquer envolvimento com a Dielat e alega que as acusações são invenções do MP.
A Dielat, em nota, manifestou surpresa com as acusações e afirmou que seus produtos são de alta qualidade e submetidos a rigorosa fiscalização. A empresa suspendeu temporariamente suas atividades para colaborar com as investigações.
As autoridades estão realizando exames para identificar os lotes contaminados e reforçam a necessidade de maior fiscalização para proteger a saúde da população.
O consultor em segurança sanitária da ASSERJ, Flávio Graça, aconselha o supermercadista para evitar comprar produtos adulterados:
“As equipes de compras dos supermercados devem estar sempre atentas à procedência dos produtos, aos selos de inspeção federal, estadual e municipal e desconfiar no caso de valores discrepantes das médias praticadas no mercado.”
