Inflação de alimentos e bebidas desacelera nos supermercados do Rio e do Brasil
Os alimentos e bebidas comercializados em supermercados apresentaram desaceleração na inflação em 2024. No Rio de Janeiro, o setor registrou um acumulado de 8,70% ao longo do ano, marcando uma inversão em relação a 2023, quando houve deflação de -0,15%. Os dados são da consultoria econômica da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), com base em informações do IBGE.
Em dezembro, o índice de inflação da alimentação no domicílio no estado subiu 1,00%, o quarto mês consecutivo de alta. Apesar disso, o resultado foi menor em relação a novembro (+1,81%). Nacionalmente, o setor teve uma inflação média ligeiramente superior em dezembro, de 1,17%, também com desaceleração frente ao mês anterior.
De acordo com o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, as carnes continuaram sendo os principais itens a pressionar os preços em dezembro. “A alta expressiva nos preços das carnes impulsionou a busca por substitutos como frango e ovos, aumentando a demanda por esses produtos e, consequentemente, seus preços. No acumulado de 2024, a inflação desses itens ultrapassou 15%”, destacou Queiróz. Ele também mencionou fatores como o câmbio favorável às exportações e mudanças climáticas como impulsionadores da alta.
Preços em destaque no Rio
Os itens que mais influenciaram a inflação de dezembro no Rio incluíram frango em pedaços (+2,49%), contrafilé (+5,49%), feijão-preto (+2,45%) e ovos de galinha (+3,29%). Por outro lado, produtos como batata-inglesa (-26,37%), leite longa vida (-2,02%) e arroz (-2,07%) apresentaram queda.
No acumulado de 2024, além das carnes, outros produtos que contribuíram para a inflação foram o café moído (+44,33%), óleo de soja (+30,91%) e alho (+33,01%). Em contrapartida, a cebola (-46,25%) e a batata-inglesa (-19,21%) tiveram reduções significativas.
Produtos de limpeza e higiene pessoal
Os produtos de limpeza também registraram inflação no Rio em dezembro (+0,67%), com destaques para sabão em barra (+1,82%) e detergente (+1,47%). No acumulado do ano, a inflação foi de apenas 0,40% no estado, contra uma deflação de -0,95% na média nacional.
Os artigos de higiene pessoal tiveram inflação acumulada de 5,03% no Rio em 2024, superando a média nacional (+4,22%). Produtos como fraldas descartáveis (+7,76%) e absorventes higiênicos (+8,35%) foram os principais responsáveis pelo aumento.
Desempenho regional
Em dezembro, o Rio de Janeiro registrou a quarta menor inflação do setor de alimentação no domicílio entre as 16 unidades da federação pesquisadas pelo IBGE, e a segunda menor do Sudeste, ficando atrás apenas de Minas Gerais (+0,68%). No acumulado do ano, no entanto, o Rio teve a sétima maior inflação do setor no país e a segunda maior da região Sudeste, atrás de São Paulo (+10,07%).