Conflito Irã X Israel: o que o setor supermercadista do Rio deve monitorar?

A ASSERJ está atenta aos desdobramentos do conflito entre Irã e Israel e seus possíveis reflexos no abastecimento, nos preços e na logística de produtos essenciais para o setor supermercadista. Neste espaço, você encontrará informações atualizadas, análises de mercado e orientações relevantes para ajudar sua empresa a se preparar e tomar decisões estratégicas diante desse cenário internacional.
Atualização 23/06
O aumento das tensões no Oriente Médio, com a possibilidade de bloqueio no Estreito de Ormuz, tem chamado a atenção de diversos setores da economia mundial, inclusive o varejo supermercadista brasileiro. Responsável por cerca de 20% do tráfego global de petróleo, o Estreito é uma das rotas mais estratégicas do comércio internacional e qualquer interrupção pode gerar efeitos indiretos sobre os custos logísticos e a cadeia de abastecimento.
Segundo Fábio Queiróz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), ainda não há motivo para preocupação imediata, mas o setor deve acompanhar de perto os desdobramentos da situação internacional. “O aumento nos combustíveis é sempre uma possibilidade quando há tensões em regiões produtoras de petróleo, e isso pode influenciar os custos logísticos. Mas, neste momento, o mercado está estável e seguimos monitorando com atenção”, afirma.
Além da questão dos combustíveis, ele alerta para possíveis impactos indiretos em itens que utilizam embalagens plásticas ou que dependem de fretes internacionais. “Produtos com longa cadeia de distribuição ou que sejam importados podem sofrer algum ajuste, caso o cenário internacional se prolongue. Mas tudo vai depender de como a situação vai evoluir nas próximas semanas”, explica William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ.
Quais estratégias devem ser tomadas
Diante desse contexto, os supermercadistas podem adotar algumas estratégias para minimizar os impactos. A diversificação de fornecedores, buscando alternativas nacionais ou regionais, pode reduzir a dependência de importações e da logística internacional. Revisar e reforçar estoques de produtos mais sensíveis a oscilações de preço também é uma medida recomendada, assim como antecipar negociações com fornecedores para garantir maior previsibilidade diante de possíveis reajustes.
Outra ação importante é otimizar a logística, reavaliando rotas e buscando soluções de frete mais eficientes e menos vulneráveis a aumentos no custo dos combustíveis. Além disso, o monitoramento constante dos custos, por meio de comitês internos ou ferramentas específicas, permite uma resposta ágil caso haja mudanças no cenário.
Fábio Queiróz reforça que o setor supermercadista fluminense tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação frente a cenários de instabilidade internacional. “Temos uma cadeia de abastecimento diversificada e soluções logísticas que ajudam a mitigar esses impactos. Por enquanto, não há motivo para alarmismo. No entanto, o simples aumento das tensões já é suficiente para movimentar os preços internacionais e gerar impactos indiretos no Brasil. Por isso, a recomendação é manter o monitoramento constante e estar preparado para agir, caso o cenário se agrave”, conclui.
20/06
O agravamento das tensões entre Irã e Israel deve acender um alerta preventivo para o setor supermercadista do Rio de Janeiro. Embora o conflito ocorra a milhares de quilômetros de distância, os efeitos indiretos podem, em algum momento, ser sentidos nas gôndolas fluminenses, principalmente em relação ao custo dos combustíveis, à logística e ao preço de produtos importados.
Segundo William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ, o principal risco imediato está na instabilidade do mercado de petróleo. “Uma escalada militar na região pode impactar diretamente o preço internacional do barril de petróleo, o que, por sua vez, eleva os custos de transporte no Brasil. Isso afeta toda a cadeia logística, desde o frete de hortifrúti até a distribuição de alimentos industrializados”, explica William.
Além dos combustíveis, outro fator de preocupação é a possível desorganização das rotas marítimas internacionais. Caso o conflito afete pontos estratégicos como o Estreito de Ormuz ou o Canal de Suez, o fornecimento de alimentos importados e insumos industriais pode sofrer atrasos ou até interrupções temporárias.
“O Rio de Janeiro consome muitos produtos que vêm de fora do estado ou do Brasil. Um impacto nas rotas de navegação pode provocar atrasos nas entregas, principalmente de itens importados como azeites, vinhos e enlatados”, afirma o consultor da ASSERJ.
Outro ponto de atenção é a oscilação do dólar frente ao real. “Crises geopolíticas costumam provocar fuga de capitais e valorização do dólar. Isso encarece ainda mais os produtos com componentes importados, o que pode gerar pressão inflacionária no setor”, analisa William.
Por enquanto, segundo a ASSERJ, não há risco de desabastecimento. Mas a entidade orienta os supermercadistas a reforçarem o planejamento de compras e a acompanharem de perto o cenário internacional nas próximas semanas, que apresentam eminência de escalada.
“Nosso papel é manter o setor informado e preparado para possíveis oscilações. O momento é de cautela, análise e bom planejamento para minimizar possíveis impactos para o consumidor final. Quem atua de forma preventiva, sai na frente”, conclui Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.