Estratégias para supermercados enfrentarem a alta do dólar e reduzirem custos
Moeda americana bateu R$ 6,267, um novo recorde
A alta do dólar tem pressionado diretamente os preços de alimentos e bebidas nos supermercados brasileiros, elevando os custos de produtos importados e insumos industriais, além de reduzir a oferta interna de commodities e industrializados, como carne, devido ao incentivo às exportações.
De acordo com William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ, estratégias como renegociação de contratos, diversificação de fornecedores e adoção de hedge cambial são fundamentais para mitigar os impactos no setor, especialmente em um cenário macroeconômico ainda incerto.
“Uma parte significativa dos alimentos e bebidas vendidos em supermercados é importada. Isso inclui desde produtos básicos, como arroz, cebola, maçã, especiarias e peixes, até industrializados, como azeite, queijos, massas e molhos”, explica Figueiredo. Além disso, ele destaca que a indústria alimentícia consome insumos importados essenciais, como trigo, cevada, leite em pó e essências, o que amplia os efeitos da valorização da moeda americana.
Entre as estratégias de enfrentamento, o especialista enumera a renegociação de contratos, a realização de acordos de longo prazo e a captação de novos fornecedores, tanto locais quanto internacionais. “Se o peso dos importados for significativo no seu mix de produtos, estratégias de hedge cambial também devem ser priorizadas”, acrescenta.
O consultor também ressalta a importância de observar o cenário político e econômico, tanto no Brasil quanto globalmente. Ele aponta que a desvalorização do real está ligada ao desequilíbrio fiscal da economia brasileira, mas medidas de ajuste apresentadas pelo governo ao Congresso podem ajudar a conter a perda de valor da moeda.
“O cenário político e econômico, nacional e global, com a mudança de comando nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, poderão redirecionar o valor da moeda brasileira em 2025”, conclui.