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Estudo aponta o sentimento do consumidor brasileiro em 2025. ASSERJ explica

15/09/2025 • Última actualización 2 Meses

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O consumidor brasileiro tem enfrentado diversos desafios no campo econômico, como a inflação persistente e a alta taxa de juros, porém, apesar desse cenário, apresenta sinais de adaptação em seus hábitos de consumo na chegada do último quadrimestre do ano. Segundo o relatório "ConsumerWise", da McKinsey, divulgado no último mês de agosto, o sentimento líquido (diferença entre consumidores otimistas e pessimistas) registra recuperação gradual, mas segue abaixo dos níveis de 2024.

Em novembro de 2024, por exemplo, 40% dos consumidores se declaravam otimistas e 20% pessimistas, resultando em um sentimento líquido de 20%. Em maio de 2025, o otimismo caiu para 32%, enquanto o pessimismo subiu para 22%, reduzindo o sentimento líquido para 10%, uma queda de 50% em relação a novembro de 2024. Mas em agosto de 2025, o otimismo subiu para 36% e o pessimismo para 23%, elevando o sentimento líquido para 13%, uma recuperação de cerca de 30% em relação a maio. Esses dados indicam que a confiança do consumidor está em um patamar cauteloso, o que reflete em gastos mais conscientes, porém com sinais de resiliência e adaptabilidade.

Tendências de consumo: ajustes relevantes para supermercados

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O levantamento também analisa os comportamentos de consumo, com destaque para a prioridade ainda mais acentuada de produtos essenciais e indulgentes. Apesar da maioria dos entrevistados apontar que deve seguir gastando os mesmos valores com a maioria dos itens, pode-se pontuar a redução significativa de gastos com bebidas alcóolicas (38% afirma que pretende gastar menos), bebidas não alcóolicas (27%), mercearia de longa duração (26%) e carne e laticínios (16%). Apesar disso, do outro lado, tiveram aumento da expectativa de gastos os produtos frescos (34% diz que pretende gastar mais) e carne e laticínios (26%), mesmo com a queda apontada. Outro dado a se destacar, é a expectativa de alta de 23% dos entrevistados em gastos com serviços de fitness e bem-estar, o que pode apresentar uma oportunidade de crescimento de consumo em categorias vinculadas à saudabilidade.

Outra pesquisa que confirma um comportamento mais cauteloso dos consumidores é o Radar Scanntech do último mês de agosto. Segundo o estudo, 30,3% das missões de compra no Rio de Janeiro são de reposição, superando as de abastecimento (29,6%). Express também somam total relevante, de 24,2%. Ou seja, os clientes estão realizando mais visitas às lojas e optando por compras menores, muito provavelmente influenciados por uma análise mais criteriosa da variação de preços de produtos.

Comportamento por geração
  • Baby Boomers: apresentaram a maior queda, com 13 pontos percentuais a menos de entrevistados optando por redução de preço;
  • Geração X: também apresenta redução, mas inferior aos Baby Boomers;
  • Millennials: única faixa a apresentar aumento na busca por alternativas mais econômicas (3%), refletindo mais cautela nos gastos;
  • Geração Z: redução semelhante à Geração X.

Dentre os comportamentos de compra mais representativos quando analisamos a opção por compras mais baratas, destacam-se:

  • Mudar de varejista para obter preço mais baixo ou desconto (58%);
  • Ajustar quantidade ou tamanho da embalagem (44%);
  • Mudar a marca para uma de preço mais baixo ou marca própria (30%).
Sinais apresentados aos supermercadistas

O levantamento, apesar dos pontos de cautela, apresenta também janelas de oportunidades para supermercadistas que saibam se adaptar às tendências de comportamento de consumidores mais seletivos e atentos.

  • Adaptação do sortimento: ajustar o mix de produtos, priorizando itens essenciais e indulgentes, com embalagens e pacotes que atendam às exigências do cliente;
  • Precificação estratégica: considerar elasticidade de preços e impacto da inflação nos diferentes segmentos de consumidores;
  • Promoções segmentadas por geração: Millennials, por exemplo, devem ter como foco promoções de embalagens menores, enquanto Baby Boomers podem escolher gastar mais;
  • Explorar categorias: produtos frescos, carnes e laticínios foram apontados como segmentos com intenção de aumento de gastos e podem ser bem aproveitados em promoções;
  • Alinhamento de eficiência operacional: um consumidor extremamente seletivo será ainda mais impactado por um atendimento de qualidade. Portanto, integrar logística, mix e personalização são trunfos para fidelização.
Atenção ao consumidor: ontem, hoje e sempre

O comparativo entre os últimos 10 meses mostra que, embora o sentimento do consumidor ainda esteja abaixo dos níveis de 2024, há sinais claros de uma recuperação gradual. Para o varejo supermercadista, compreender o comportamento de seus clientes, categorias em foco e disposição por geração, explorando oportunidades em segmentos estratégicos, é essencial para garantir competitividade, resiliência e o crescimento que tem sido a máxima do nosso setor neste ano, mesmo em um cenário econômico desafiador.

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