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"O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido", supermercados podem (e devem) se tornar plataformas de mídia

14/08/2025 • Última actualización 3 Meses

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Supermercados não são apenas um espaço de compra. Os estabelecimentos do nosso setor são muito mais que isso, são plataformas de mídia, capazes de monetizar dados. E a palestra "Do zero ao topo: como transformar seu supermercado em uma plataforma de mídia", no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week, nesta quinta-feira, 14 de agosto, apresentou dicas, estratégias e insights para varejistas potencializarem seus negócios. Como construir uma audiência própria, estruturar uma estratégia de retail media e dar os primeiros passos, mesmo começando do zero. Um conteúdo essencial para quem quer inovar, rentabilizar e assumir o protagonismo no relacionamento com a indústria.

Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail e mediador do painel, destacou em sua fala de abertura: "O mercado publicitário do Brasil movimenta R$ 80 bilhões em verba, mas essa verba nem sempre está presente de forma significativa na indústria do varejo como um todo. O varejo, então, começou a se interessar por isso e, com o tempo, passou a criar painéis de LED's, instalar monitores, e percebemos que, com essas iniciativas, a comunicação se tornou mais adequada. Foi assim que se construiu uma estrutura para viabilizar o uso de vídeo no varejo. A partir dessa experiência, com participação em diversas iniciativas, conseguimos observar mais de centenas de operações no setor varejista. Além disso, temos um projeto focado em qualificar a audiência. Por fim, o terceiro ponto é a monetização dessa mídia. Recebemos o painel, ou as propriedades de mídia do mercado, e no varejo e no out of home, essa mídia foi qualificada para ser monetizada globalmente".

Retail Media: não é tendência, é realidade

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Douglas Pombo, CEO da Inviron Technologies SA, reforçou a importância de assumir que o Retail Media é uma ferramenta necessária no varejo, mas que é preciso preparo técnico e estrutura para conquistar resultados: "Não é mais uma tendência, é uma realidade. Se começa com a captura, será necessário inserir o conteúdo e, do outro lado, esse conteúdo deverá ser entregue como anúncio, com bastante segurança e de forma escalável. Os componentes necessários para que isso funcione são, no mínimo, três: hardware, software e conectividade. Na camada de hardware, temos os painéis de LED em diversos formatos (indoor e outdoor), monitores, eventualmente tablets, e também os players PC, que são os set-top boxes, equipamentos que recebem o conteúdo e o exibem por meio desses monitores ou painéis de LED. Eventualmente, você também pode contar com sensores, que servem, por exemplo, para contagem de audiência, identificação de ações como a abertura de uma porta, entre outras funcionalidades. Tudo isso é conectado a um CMS (Content Management System), que é o sistema de gerenciamento de conteúdo. Nele, os vídeos e anúncios são cadastrados e transmitidos para que possam ser exibidos corretamente. Além disso, é possível complementar esse sistema com dados de BI (Business Intelligence), para entregar ainda mais valor ao anunciante. Também é viável integrar o sistema com mídia programática — e o Renan vai falar um pouco mais sobre isso, pois é uma das formas mais importantes de monetizar esse tipo de ativo. Já na camada de conectividade, é essencial ter um processo bem estruturado. É preciso contar com uma boa comunicação de rede, com qualidade e estabilidade, e também com uma rede elétrica adequada, já que ela influencia diretamente o funcionamento do hardware".

"Você precisa garantir a compatibilidade e estabilidade do hardware. Também é fundamental ter um CMS robusto e escalável. O CMS é o sistema que gerencia a conectividade da mídia com as telas. É o software que vai rodar no hardware e permitir o cadastro do conteúdo pela internet, além de possibilitar a conexão com plataformas de mídia programática, facilitando a transmissão, exibição e auditoria desse conteúdo. Ou seja, é essencial escolher um CMS que seja, de fato, confiável, robusto e escalável. Para começar um projeto como esse de forma eficiente, vale a pena começar em menor escala. É importante garantir boa conectividade desde o início e, sempre que possível, contar com redundância de conexão, para evitar falhas. Você também precisa monitorar o que está acontecendo. Não adianta simplesmente instalar os equipamentos e esquecer. É necessário ter algum tipo de monitoramento ativo, para acompanhar se as campanhas estão sendo entregues corretamente, se os equipamentos estão funcionando, e se tudo está operando conforme o esperado. Outro ponto importante é a governança de conteúdo. Ou seja, saber quem está inserindo o conteúdo, qual o tipo de conteúdo, e se ele está realmente adequado para o ambiente em que será exibido — especialmente quando você estiver conectado a uma plataforma de mídia programática. Afinal, nesse tipo de mídia, o anunciante compra o público-alvo (target), e não o local físico. Então, garantir a adequação e a governança do conteúdo é o mínimo necessário para que o ecossistema funcione com qualidade e confiança", prosseguiu o CEO da Inviron.

Douglas Pombo concluiu destacando os principais pontos de atenção que podem, tecnicamente, prejudicar a estratégia: "Investimento em elétrica e rede: 90% dos problemas vêm dessa questão. Relacionado a isso, quando você for colocar um painel de LED, é necessário fazer uma instalação própria para esse painel. Outra questão é não levar em conta, eventualmente, o local. Por exemplo, se você for colocar um painel de LED, existem painéis que permitem manutenção frontal e outros que são vendidos em gabinetes montados. Você coloca um painel na parede, e a manutenção frontal é muito mais fácil para acessar do que em gabinetes. Imagine que estragou um gabinete no meio desse painel: será necessário desmontar o painel inteiro para trocar esse gabinete, o que pode levar dias. Assim como, às vezes, você coloca o monitor ou o equipamento em um local insalubre, que esquenta muito ou tem umidade, e esse monitor não foi feito para isso. Outra questão importante é a padronização. Quando você fala de mídia programática ou mídia outdoor, já existem alguns padrões de conteúdo. É muito mais fácil comercializar um conteúdo que está dentro de um padrão. Então, imagine quando alguém começa a instalar um mobile de LED na loja dele sem padronizar isso, será muito difícil esse projeto ter sucesso".

Fábio Amorim ainda comentou: "E também é importante pensar na redundância de comunicação, porque pior do que um monitor apagado é um monitor exibindo conteúdo desatualizado ou fora de contexto. Muitas vezes, até esquecemos disso, mas é um ponto muito relevante. É muito interessante observar o movimento que acontece na área de conectividade: vemos muitas telas com erro, com 'tela azul', ou simplesmente com conteúdo desatualizado. Isso geralmente ocorre porque ainda há um processo muito precário de atualização em tempo real, às vezes, feito por meio de pen drive, por exemplo. Esse é um processo que não tem um custo elevado, mas que pode (e deve) ser resolvido com uma boa estratégia de conectividade e com os painéis conectados de forma simultânea. Isso garante que o conteúdo esteja sempre atualizado e no ar. Então, isso é um pouco do básico e, claro, cada caso será diferente. Mas não adianta apenas ter o painel, ou apenas ter conectividade, se você não conseguir qualificar sua audiência. No final das contas, a agência e a indústria querem comprar audiência. E muitas vezes, elas nem sabem o que está sendo exibido na frente desses painéis".

Números comprovam: com investimento, o potencial do varejo é gigantesco

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Lucas Cunha, business development manager da Kantar IBOPE Media, apresentou dados do setor de mídia exterior, que saltam os olhos e confirmam, com investimento o varejo supermercadista é um colosso midiático: "Temos um alto grau de conectividade. A atividade das pessoas no Brasil, com o advento da internet e, de fato, com a evolução das novas formas de produção de conteúdo e mídia, tem mudado a jornada do consumidor. Hábitos que até ontem existiam estão sendo substituídos, a todo instante, por novos comportamentos. Esse movimento é muito rápido, muito acelerado, adicionando maior fluidez e uma comunicação mais one-to-one. A mídia tem um papel central nesse processo, porque ela acaba moldando diversos comportamentos e toda essa fluidez com que nos relacionamos, seja no consumo de mídia, seja no consumo de produtos, entre outros. E, cada vez mais, essa comunicação é one-to-one, é customizada. Para quem é do mercado publicitário de vídeo, é possível conhecer soluções como o Target Group Index, que oferece uma série de informações para segmentar o consumidor. Com ele, conseguimos entender, por exemplo, o comportamento de consumidores de mais de 3.000 marcas no Brasil, abrangendo diversos estabelecimentos comerciais e mais de 200 categorias de produtos".

"Mídia de varejo está dentro de mídia exterior, o famoso out of home. Uma das mídias de maior penetração no nosso país. Hoje, 90% da população declara ter visto mídia out of home nos últimos 30 dias. Isso é enorme, uma das mídias de maior alcance do país. Quando esse recorte vem para mídia em estabelecimentos comerciais é 78%. 3 em cada 4 brasileiros já declarou ter visto mídia em estabelecimentos comerciais. Então, de fato é uma mídia de enorme alcance. O outro lado da moeda, não muito favorável, ou muito favorável, porque mostra potencial, é que o share de investimento em mídia de estabelecimento comercial é muito pequeno. Em 2024, do total de investimento em mídia exterior, apenas 6% foram em estabelecimentos comerciais. Reparem, 78% da população vê essa mídia, que só recebe 6% de investimento. Desse 6% de investimento, só 13% foram em supermercados", continuou Lucas Cunha.

Na sequência, o business development manager da Kantar IBOPE Media relatou: "E como é que conhecemos? Como é que eu descubro? Como eu mostro para o mercado publicitário, para as agências, para os anunciantes, como podemos explorar mais esse potencial? Claro, começamos mostrando os dados macros de alcance. Mas também vamos além, segmentando e mostrando a qualificação desse público. Por exemplo: vocês sabem quem é o público que, de fato, viu mídia no supermercado nos últimos 17 dias? Eu vou trazer algumas informações para vocês entenderem como é um público com alto potencial de consumo, muito interessante para o varejo trabalhar. 70% desse público está na faixa de 20 a 54 anos. O que isso significa? Que está concentrado principalmente na população economicamente ativa, acima da média da população geral. Em termos de classe socioeconômica, 64% pertencem às classes A, B e C, um número também superior à representatividade dessas classes na população, que é de 58%. Quando olhamos para a renda média familiar, ela é 11% superior à média da população brasileira, passando da faixa de R$ 5.000. Ou seja, é um público com maior poder de compra, com maior presença nas classes mais altas e, além disso, economicamente ativo. Isso mostra uma grande oportunidade para os supermercados, que ainda não está sendo totalmente aproveitada".

"Agora, pensando no mercado publicitário: esse público também demonstra forte intenção de compra. Por exemplo, quando perguntamos se eles pretendem comprar um carro nos próximos 12 meses, quase metade diz que sim. É um público disposto a gastar, a investir, ou seja, com apetite de consumo. Outra informação interessante: 60% concordam que o cartão de crédito permite comprar coisas que eles não conseguiriam sem ele. Isso reforça que não é só intenção, é também a disposição e a consciência de poder de compra. É um público disposto a consumir, se tiver acesso ao crédito. O que eu quero mostrar com tudo isso? Que há, de fato, uma grande oportunidade pouco explorada no mercado de mídia em vídeo no varejo, especialmente nos supermercados. A primeira coisa, de fato, é entender o consumidor. E, como eu coloquei aqui, muitas vezes entender o consumidor não é apenas observar o comportamento dele diretamente, até porque, em muitos casos, ele é desconhecido até mesmo pelo próprio varejo. Por isso, muitas vezes, é necessário mostrar para a agência, para o mercado, para o comprador de mídia, quem é aquele público. Como eu mostrei: 61% dos brasileiros veem mídia no varejo, e quando vamos para a classe A-B, esse número sobe para 67%. Então, o varejo precisa mostrar esses dados para o mercado. Agora, além de entender o consumidor, eu separaria três grandes camadas de informação. Alcance: são os grandes números que citei — quantas pessoas veem aquela mídia, quais são os dados demográficos, etc. Qualificação: se a primeira camada serve para quantificar, a segunda serve para qualificar esse público. Por exemplo: quem é o consumidor de refrigerante ou de iogurte? Qual o ticket médio dele? Que tipo de embalagem ele costuma comprar? Com qual frequência? Terceora: retorno à compra, que é fundamental para as agências, porque elas precisam prestar contas aos anunciantes. Ou seja, é essencial demonstrar o impacto da campanha em resultados reais. Para as duas primeiras camadas, eu consigo responder com os dados que apresentei aqui para vocês, dados do Target Group Index, por exemplo, que ajudam a quantificar e qualificar o público. Já para a terceira etapa, é muito importante que o próprio varejo forneça essas informações às agências. E eu acredito que essa conexão entre os dados do varejo, os dados de vendas e a experiência do consumidor é o que vai realmente fazer a diferença para as agências. As agências não vão se atentar a todas essas associações por conta própria. Cabe ao varejista mostrar que esses dados são relevantes, que fazem diferença. Ele precisa defender o seu espaço no mercado. Caso contrário, essa diferença que vemos entre o tamanho da oportunidade e a efetiva realização da conversão vai continuar grande", expôs Lucas.

O business development manager da Kantar IBOPE Media finalizou: "O varejo precisa conseguir atribuir a conversão diretamente àquele meio. E, para isso, vou dar um exemplo: cada meio tem suas características, e há casos em que não é possível isolar o fator de impacto para saber se uma conversão aconteceu por conta daquela mídia, como acontece com o rádio, por exemplo. Já a mídia de varejo tem essa capacidade em muitos casos. Conseguimos realizar pré e pós-campanhas, por exemplo, e atribuir aquela mídia a uma conversão real. Então, isso torna a mídia de varejo um ativo muito valioso. Poucas mídias tem a oportunidade que o varejo tem".

Fábio Amorim pontuou: "Quem implementa a parte de painéis, mídia, softwares, hardwares e tudo mais, muitas vezes não qualifica, está mais preocupado com o tamanho do que com os resultados que esses ativos podem gerar. Só que esses ativos oferecem diversas condições coletivas. Lá fora, o Retail Media, nos Estados Unidos, já está em outro patamar e o formato é um pouco diferente do que estamos acostumados aqui. No Brasil, ainda vendemos muito no formato tradicional: vai até a agência, bate lá na porta, vende a mídia diretamente".

Mídia programática: realidade que precisa de foco

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Ronan Daniel Cezar, CEO da WOOOH Wonders of Out of Home, explicou as tecnologias, investimentos e estudos necessários para que uma estratégia de retail media alcance resultados expressivos, com foco na mídia programática: "Quando falamos de tecnologia, as pessoas costumam se assustar um pouco. Mas, na verdade, já vivemos num mundo programático no nosso dia a dia. Para vir até aqui, por exemplo, muita gente chamou um Uber, algo totalmente programático. Eu entrei no aplicativo, escolhi o carro, ele veio até mim. A mídia programática é basicamente a mesma coisa: uma forma de comprar e vender por meio de uma plataforma intermediária. Aqui temos um esboço de como funciona esse processo. A mídia programática envolve, basicamente, dois atores principais. De um lado, temos o anunciante, e do outro lado, o veículo. Entre eles, há duas plataformas principais. Do lado do anunciante, temos o DSP, a plataforma de demanda. Do lado do veículo, temos o SSP, a plataforma de oferta. Essas duas plataformas conversam entre si, trocando dados que permitem que, quando um anunciante quer atingir um público específico, ele entre na plataforma, com uma experiência semelhante à de reservar um hotel no Booking.com ou um apartamento no Airbnb, e veja todos os espaços de mídia disponíveis. Muitas vezes, esse anunciante vai definir um objetivo de campanha. Por exemplo, se eu sou uma marca que vende produtos veganos, quero saber onde essas pessoas estão e quais locais têm afinidade com esse estilo de vida. Não faria sentido, por exemplo, comprar mídia em um supermercado que não vende produtos veganos. Então, dentro da plataforma, o anunciante pode especificar com quem quer falar, e o sistema vai selecionar as localizações que fazem sentido para o objetivo da campanha".

"Do lado do veículo, o SSP carrega as informações dos ativos, das telas disponíveis, e permite a criação de segmentações que ajudam o anunciante a encontrar esses pontos de mídia. Essas plataformas (SSP e DSP) ficam em comunicação constante, com todo um aparato técnico por trás. Assim, o processo funciona da seguinte forma: o anunciante envia o anúncio pelo DSP, que é entregue ao SSP, e então é exibido nas telas do veículo, seja no varejo, na rua ou em outros ambientes. O processo é simples e integrado, mas exige que toda a parte técnica esteja bem estruturada: precisamos de um gerenciador de conteúdo, que receba o material enviado pelo anunciante, e de um sistema que consiga entregar esse conteúdo nas telas, com segmentação eficiente, para garantir que a campanha atinja o público certo. A segmentação é essencial. Sem ela, o anunciante não tem visibilidade sobre o impacto da sua campanha. Hoje, a mídia programática é um canal que cresce fortemente, com crescimento anual de dois dígitos no Brasil. Ela permite que varejistas conectem suas telas a essas plataformas, mesmo que não tenham experiência direta com publicidade. Se o varejista não quiser fazer esse processo internamente, ele pode contar com um representante ou parceiro comercial que o ajude na venda dos espaços publicitários. Além disso, existe o papel da chamada Ad Exchange ou Ad Network, que funciona como um intermediário de gestão entre o veículo (ou varejista) e os compradores. Esse parceiro representa os ativos do varejo junto às DSPs e aos anunciantes, assumindo a operação e repassando ao varejo apenas a receita, geralmente com um percentual combinado. Esse intercâmbio entre plataformas facilita e democratiza o acesso à mídia digital, tanto para os varejistas quanto para os anunciantes. Como essas plataformas são globais, por exemplo, um comprador no Japão pode anunciar em uma tela localizada em um supermercado no Rio de Janeiro. Isso aumenta a visibilidade dos ativos e as possibilidades de monetização para os veículos e varejistas", continuou Ronan Daniel Cezar.

O CEO da WOOOH Wonders of Out of Home apresentou posteriormente: "Basicamente, vamos separar esses dois cenários entre o grande varejista e o pequeno. Vemos uma grande aceleração dos grandes varejistas em desenvolver suas próprias plataformas e suas equipes de venda de mídia. Eles entendem a segmentação e a importância disso. A venda de mídia para o grande varejista pode representar até 10% da receita total do varejo, ou seja, uma receita incremental bastante significativa. Esses grandes varejistas estão se associando com empresas de métricas para entender e oferecer ao mercado todas essas segmentações possíveis. Mas isso não quer dizer que esse seja o modelo que precisa ser replicado também por pequenos e médios varejistas. O que o pequeno e médio varejista precisa garantir é, primeiro, que ele tenha toda essa consistência técnica. Que a tela dele esteja conectada, esteja conversando com esse ecossistema aqui. Então, é importante pensar que você é um Uber e identificar qual é a plataforma com a qual você precisa trabalhar. Você vai trabalhar com o 99 e o Uber ao mesmo tempo? Vamos seguir para o varejo: quais são as plataformas com as quais você precisa trabalhar? Isso vai trazer demanda? O que vai ser necessário? De forma geral, independente do tamanho, porque estamos falando de mídia e de controle, eu preciso saber o que vai passar na minha tela. Seria importante que existisse pelo menos uma equipe, uma pessoa responsável que possa aprovar os criativos que vão rodar naquelas telas. Porque, de repente, eu tenho algum acordo comercial com uma marca específica e não posso anunciar a marca concorrente".

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"Quando o anunciante escolhe as telas, muitas vezes essa escolha é feita com base em dados geográficos, onde a tela está posicionada, ou eventualmente qual é o público que passa na frente daquela tela. Ele não sabe se existem restrições específicas. Por isso, é importante ter pelo menos uma pessoa que entenda quais são as restrições que eu, como varejista, tenho nas minhas lojas, e me associar a parceiros que me ajudem a realizar essa distribuição, garantindo que meu inventário está bem listado e que minha equipe técnica consegue identificar se as telas estão em comunicação. É claro que precisamos garantir receita, porque muitas vezes existe demanda, há compradores que querem comprar, mas a tela não está funcionando, não está conectada às plataformas, e essa é a pior coisa que pode acontecer: saber que existe uma demanda de alguém querendo comprar o meu inventário, minhas telas, e não estar vendendo porque a comunicação não está ocorrendo. Então, temos essas duas frentes: trabalhar e desenvolver uma equipe internamente que represente o meu relacionamento com as plataformas do meio, ou eventualmente terceirizar. Aqui no Brasil, a terceirização tem sido muito comum. Não temos mais um slide sobre isso, mas muitos veículos, sejam varejistas ou mídia exterior, se associam com plataformas que fazem toda a gestão, acompanham tecnicamente se a venda está ocorrendo e repassam para o varejista o valor dessa venda no final do mês. Portanto, depende muito da disponibilidade e da mão de obra dentro desse varejo", concluiu Ronan Daniel Cezar.

Fábio Amorim encerrou o painel com uma frase que resume bem o segmento de retail media para o varejo supermercadista: "O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido".

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