Energia elétrica: um vilão dos supermercados. Tem luz no fim do túnel?

Os supermercados fazem parte da rotina de milhões de brasileiros, oferecendo desde alimentos frescos até soluções de última hora para as refeições. Mas, por trás das portas automáticas e das prateleiras bem abastecidas, existe um vilão silencioso: o consumo excessivo de energia elétrica. E quem paga essa conta? Todos nós – consumidores, o meio ambiente e os próprios varejistas, que enfrentam contas de luz cada vez mais altas.
A energia elétrica é uma das principais despesas operacionais dos supermercados no Brasil. Estudos apontam que os custos com eletricidade representam entre 10% e 15% do total das despesas desses estabelecimentos.
“Tem luz no fim do túnel: usar energia limpa, eficiente e – o melhor de tudo – mais acessível. Os supermercados têm potencial para liderar a revolução das energias renováveis, e vou mostrar como”, destaca Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.
Com o agravamento da crise climática e os custos operacionais em alta, adotar fontes de energia limpa deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade estratégica. Ainda assim, muitos supermercados seguem presos a sistemas ultrapassados e ineficientes, adiando uma transição energética que já é inevitável. A boa notícia? As soluções já existem – e estão mais ao alcance do que se imagina.
Telhados solares: um mar de oportunidade não aproveitada
A maioria dos supermercados possui telhados planos e espaçosos, com áreas que variam entre 500 e 1.500 metros quadrados. Um cenário perfeito para a instalação de painéis solares. “Além de reduzirem as contas de luz e a dependência da rede elétrica, esses sistemas podem ser acoplados a baterias, ampliando a autonomia energética da loja”, destaca o diretor associado da Global Earth Day, Aidan Charron.
Estacionamentos com coberturas solares: sombra, conforto e sustentabilidade
Charron lembra que, se os telhados dos supermercados já são verdadeiras minas de ouro solar, os estacionamentos também representam um enorme potencial – especialmente no estado do Rio de Janeiro, onde o sol brilha a maior parte do ano. Segundo ele, coberturas solares, além de gerar energia limpa, oferecem sombra para os carros dos clientes e ajudam a combater o efeito de ilha de calor urbana.
“Mais do que conforto, essa solução melhora a eficiência térmica do ambiente ao redor e pode até reduzir o uso de ar-condicionado dentro das lojas. Como bônus, há a possibilidade de instalar estações de carregamento para veículos elétricos – o que atrai um novo perfil de consumidor e reforça o compromisso ambiental da marca”, explica Charron.
A refrigeração: o devorador invisível de energia
Pouco lembrada pelos consumidores, a refrigeração é responsável por boa parte do consumo energético dos supermercados. Charron alerta que os sistemas tradicionais são ineficientes, caros e vulneráveis a falhas que podem causar perdas enormes em mercadorias.
“A modernização desses sistemas com tecnologia de ponta e menor consumo energético reduz custos operacionais, melhora a conservação dos alimentos e ainda pode ser abastecida com energia solar. Uma equação perfeita para quem deseja economizar e ser sustentável”, sugere Charron.
Hora de agir – e de liderar pelo exemplo
“Iniciativas como iluminação LED, climatização inteligente, embalagens ecológicas e gestão de resíduos já deveriam ser padrão no setor. O argumento é simples: quem investe em sustentabilidade economiza, atrai mais clientes e ainda cumpre seu papel social. Quando falamos em desenvolvimento do setor, essa é uma das pautas a serem discutidas e executadas”, orienta Fábio Queiróz.
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