Conheça os principais desafios dos supermercados nas Américas

A evolução do setor supermercadista nas Américas foi o tema central da segunda palestra da Super Rio Expofood 2025, realizada na quarta-feira, 19 de março. Moderada por Fábio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), a discussão reuniu representantes de diversos países para abordar os desafios, as inovações tecnológicas e as estratégias adotadas para fortalecer a indústria na região.
Fábio Queiroz destacou que o futuro do varejo está intrinsicamente ligado ao investimento em novas tecnologias. “O uso de mídia digital e soluções personalizadas está cada vez mais acessível e deve ser explorado pelo setor”, afirmou, apontando a digitalização como uma ferramenta essencial para a evolução do mercado.
O painel revelou que, apesar dos obstáculos econômicos e estruturais, o setor supermercadista nas Américas tem se reinventado por meio da inovação, da adaptação às novas realidades de consumo e da transformação digital. Confira os principais temas abordados:
Bolívia: combate à informalidade e avanço tecnológico
Rosário Schamisseddine, presidente da Associação Boliviana de Supermercado da Bolívia (Asobsuper), compartilhou os esforços do país para reduzir a informalidade no setor supermercadista. “A informalidade caiu de 99% para 85%. Conseguimos incorporar muita tecnologia e treinamento para que a população boliviana se sinta mais à vontade dentro do supermercado”, revelou. Para ela, a implementação de novas ferramentas e a qualificação profissional foram fundamentais para essa mudança.
Por fim, Rosário enfatizou que a luta contra a informalidade na Bolívia continua, e que para ser competitivo, o setor deve simplificar processos e questionar constantemente a indústria sobre os produtos oferecidos.
Venezuela: resiliência diante da crise
Ítalo Atencio, presidente executivo da Associação Nacional de Supermercados e Autosserviços da Venezuela (ANSA), abordou os desafios enfrentados pelo setor no país, que sofre com crises econômicas severas. Ele destacou que, além da inflação e da queda do PIB, a Venezuela enfrentou um apagão de cinco dias em 2019, o que impulsionou o uso do dólar como alternativa.
O executivo também lembrou que, em 2020, durante a pandemia, o setor supermercadista não fechou, mas enfrentou um abastecimento reduzido a apenas 20%. Contudo, com investimentos estratégicos, o setor conseguiu registrar um crescimento significativo. “Hoje, 6% do PIB do país vem do setor”, revelou.
Diante de cenários econômicos desafiadores, Atencio sublinhou a importância de um monitoramento constante dos números de negócios. “É essencial revisar os dados diariamente, principalmente em momentos de turbulência econômica, como os enfrentados na Venezuela. É necessário planejar, prospectar e assumir o controle de tudo”, alertou.
Uruguai: estabilidade e referência internacional
Guilherme Rey, representante da Associação de Supermercados do Uruguai, ressaltou a importância da estabilidade econômica para o setor no país. “Isso nos permite olhar para outros mercados, como os Estados Unidos e a Europa, e aplicar essas referências em nossos empreendimentos”, afirmou.
Ele também destacou o impacto da transformação digital no setor, impulsionada por investimentos de grupos franceses. “A tecnologia mudou o cenário do setor no país e incentivou outras empresas a seguir o mesmo caminho”, disse Rey, enfatizando a importância da análise de dados e da personalização das vendas para atender cada vez melhor os consumidores.