Convenção do Padrão do Fonseca; veja como foi

O presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, participou da mesa redonda “O Padrão da equipe”, durante a Convenção do Supermercados Padrão do Fonseca da rede Supermarket, nesta quarta-feira (2/4), no Clube Naval Charitas, em Jurujuba, Niterói. O evento, na parte da manhã, reuniu 80 lideranças do Grupo e, depois do almoço, foram mais de 300 participantes na convenção.
Ao lado de Paulo Bonifácio, sócio-diretor do Supermercados Padrão do Fonseca, Erasmo Gonçalves, sócio-diretor do DOM Atacadista, Paulo Drago, CEO do Hortifruti, e Flávio Pires, gerente regional da Nestlé, Fábio Queiróz mencionou a capacidade empregadora do varejo supermercadista. “Geramos 300 mil empregos diretos que geram três novos indiretos impactando um milhão e 200 mil pessoas. A família brasileira é composta por quatro pessoas. De modo geral, são 4 milhões e oitocentas mil pessoas beneficiadas com a nossa atividade. Considerando que o estado do Rio de Janeiro tem 17 milhões de habitantes, quase 1/3 da população é impactada pelo nosso setor, aumentando a nossa responsabilidade”, sustentou.
Flávio Pires explicou que, desde que assumiu o cargo há 4 anos, direciona um gerente executivo exclusivamente para atender à rede Supermarket. “É preciso essa especialização. Merchandising é o pilar da indústria. O que faz o sucesso são pessoas e merchandising. Eu digo que estamos distantes do início, mas ainda longe do fim. E mais: trade marketing tem que ser regional. Só o Anderson, coordenador de trade no Rio sabe como o carioca de ser impactado”, afirmou. “Temos uma equipe enxuta, focada e direcionada, acompanhada de KPIs e processos”.
Fábio Queiróz disse: “Conto com cinco gerentes: Comunicação e Marketing, responsável pelas publicações e formas de divulgação. Cito como exemplo o uso de IA na mensagem de abertura da 35ª edição da SRE, que permitiu a produção de um vídeo com o saudoso Arthur Sendas. A Gerência Geral que envolve todas as áreas. A gerência de Gestão de Pessoas, que tem o desafio do recrutamento e seleção dos times. A Gerência Comercial que fortalece o setor com projetos e temas de interesse. E a Gerência de Eventos. Devo lembrar que a ASSERJ é uma instituição de porta da porta para fora, uma empresa para dentro e que ainda faz eventos”.
Erasmo lembrou: “Nós não temos CD. O dono 100% entrega em loja. Temos 230 pessoas com três diretores, 15 gerentes. Fez o alerta: “Cuidado para não sobrecarregar os gerentes”. Ele comentou que, na semana passada, foi realizada a convenção do DOM com o tema “Bora Vender!”. Envolveu toda a companhia. Trabalhamos muito a liderança.
Paulo Bonifácio disse que conta com o diretor administrativo, seu filho João Paulo Bonifácio, e o genro Diego cuida do financeiro, TI e RH. “Todos nós nos envolvemos em tudo. Manutenção, marketing, comercial, a preocupação é com a venda. Porque a venda é que garante nossos empregos e só acontece a venda quando o cliente passa no checkout”, revelou.
A responsabilidade é do líder
Questionados sobre o que um líder não deve delegar, os executivos concordam que a liderança eficaz exige delegação, mas existem aspectos que um verdadeiro líder não pode transferir para sua equipe como o papel da responsabilidade, integridade e estratégia na gestão.
“O líder tem que ser íntegro. A palavra ‘íntegro’ vem de integral, significa estar por inteiro. Não se pode negociar valores e princípios diante das pressões”, frisou Paulo Bonifácio. Ele destacou que, quanto maior a ascensão profissional, maior será a pressão, tornando ainda mais essencial manter a coerência e os valores.
A mesa redonda da convenção também ressaltou a importância do investimento em liderança e capacitação. “Poucas empresas fazem o que estamos presenciando aqui hoje, parando toda a liderança para discutir planos futuros. Isso é um sinal de comprometimento e visão de longo prazo”, pontuou Erasmo Gonçalves. A mensagem deixada foi clara: investir no desenvolvimento da equipe é um dos principais pilares para o crescimento da empresa e de seus profissionais.
Falando sobre lançamentos da indústria, Flávio Pires comentou: “Nem todo lançamento é para estar em todo lugar, e isso é bom. Cada vez mais, a experiência na comercialização faz com que os produtos tenham maior longevidade no mercado. Antes do lançamento, há uma série de estudos de mercado detalhados. A indústria se prepara intensamente, analisando diversos fatores antes de colocar um novo produto nas prateleiras”.
Ele ressaltou que os lançamentos são a principal alavanca de crescimento da empresa. “Nosso crescimento está diretamente ligado ao sucesso dessas inovações. Vamos acertar 100% das vezes? Não. E nem temos essa pretensão. Mas precisamos acertar muito mais do que errar. Esse é o ponto central. Sempre reforço isso com meu time. Antigamente, cada unidade da Nestlé operava como se fosse uma empresa independente. Tínhamos a área de leite, a área de chocolates e assim por diante, cada uma com seus próprios lançamentos. Chegamos a lançar um produto por mês, sem um planejamento unificado. Mas mudamos esse processo. Hoje, temos um planejamento estruturado com quatro ondas de lançamentos ao longo do ano, o que traz mais previsibilidade e eficiência para a indústria e para o varejo”.
Outro ponto essencial discutido na convenção é a gestão dos produtos no portfólio. Antes de levar um novo catálogo para o trade, é preciso analisar o desempenho dos produtos já cadastrados. Um produto recém-lançado está performando bem ou foi rejeitado pelo mercado? Ele teve suporte suficiente para crescer? É fundamental que a indústria também proponha ao varejo quais produtos precisam sair de linha. Não se trata apenas de lançar novidades, mas também de fazer uma gestão eficiente dos produtos que não têm mais aderência.
Se não houver esse equilíbrio, podemos criar um problema de ruptura. Colocamos um novo item no mercado, ele ocupa espaço, mas não tem a mesma demanda. Resultado? Um produto de alto giro perde visibilidade e espaço na gôndola, prejudicando as vendas. Por isso, a gestão de portfólio precisa ser um processo vivo e bem administrado. Além disso, o suporte ao lançamento faz toda a diferença. Como dar visibilidade para o novo produto? Uma degustação bem-feita em uma área estratégica pode ser determinante para o sucesso.
Neste sentido, Fábio Queiróz lembrou que a ASSERJ é o berço de grandes lançamentos. “Realizamos muito a quatro mãos e posso citar o exemplo do túnel de marketing sensorial ligando os pavilhões do Riocentro na SRE em parceria com a Unilever. E também lançamos e fomentamos a tendência do retail media nos supermercados, talvez a maior transformação atual. É um negócio dentro do nosso negócio”, pontuou.
A mesa redonda “O Padrão da Equipe”, da Convenção do Padrão do Fonseca, reforçou que a liderança eficaz, a gestão estratégica e a inovação constante são fundamentais para o sucesso do varejo supermercadista. Desde o fortalecimento das equipes até a gestão eficiente de portfólio e lançamentos, ficou claro que o setor precisa estar cada vez mais alinhado com as novas demandas do mercado e do consumidor. O evento mostrou que investir em pessoas, processos e planejamento é o caminho para garantir crescimento sustentável e relevância no cenário competitivo.