CNA vai ao Supremo Tribunal Federal contra o arroz importado
Confederação quer a suspensão do leilão que providenciará a compra de arroz importado
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), protocolou, na última segunda-feira (4), uma ação no Superior Tribunal Federal (STF), pedindo a suspensão do leilão que pode confirmar a compra do arroz importado por parte do Governo Federal. O pedido judicial ainda exige explicações do governo sobre a medida.
Em nota, a CNA afirmou que a importação do arroz poderá prejudicar ainda mais a economia dos produtores rurais do Rio Grande do Sul, “com potencial de desestruturá-la, criando instabilidade de preços, prejudicando produtores locais de arroz, desconsiderando os grãos já colhidos e armazenados, e, ainda, comprometendo as economias de produtores rurais que hoje já sofrem”, diz à nota.
O Governo Federal, por outro lado, defende a medida para evitar um desabastecimento de arroz, algo que já foi comprovado como ‘equivocado’ por muitos membros da indústria e do varejo. José Mathias Bins, presidente da Cooperativa Arrozeira Palmares, criticou a medida que classificou como “populista” pelo governo.
“Por que o governo não sentou com os produtores, a indústria e o varejo, e viu o preço de cada um? Por que não permitiu que houvesse um consenso do próprio setor sobre esse tema?”, indagou. O argumento usado pelo presidente da cooperativa é o mesmo defendido pela CNA no processo aberto no STF, “nunca fomos ouvidos no processo de formulação dessa política de importação do cereal”, disse à nota.
A medida tomada pelo Governo Federal visa importar cerca de 300 mil toneladas de arroz, que serão vendidos em sacos de 5kg à R$ 4 o kg, totalizando R$ 20 a unidade. O leilão da Conab está marcado para a próxima quinta-feira, 6 de junho.