Cerveja mais cara e custo de produção mais baixo devem garantir aumento na margem de lucro das cervejarias

Mesmo com a expectativa de custos menores de produção, o preço da cerveja deve se manter mais caro para o consumidor. Em 2024, com os preços do alumínio e do trigo mais baixos em relação a 2023, as cervejarias podem esperar um amplo alívio das pressões. Os custos devem reduzir o preço em alguns mercados proporcionando aumento na margem de lucro.

Segundo o diretor financeiro da Heineken, Harold van den Broek, há “baixo risco” da cervejaria ter que reduzir os preços no próximo ano. O presidente-executivo da Carlsberg, Jacob Aarup-Andersen, também se posicionou da mesma maneira. “Não estamos planejando nenhuma redução de preços em lugar algum. Na verdade, a cervejaria está planejando novos aumentos de preços em 2024 com alguns custos ainda aumentando”, ressaltou.

A Anheuser-Busch Inbev dona de marcas como Brahma, Budweiser e Skol também deve garantir melhores margens de lucro no próximo ano, segundo analistas e investidores. Em 2019, a margem bruta da AB InBev caiu de quase 62% no primeiro semestre para pouco menos de 54% no primeiro semestre deste ano. Já a Heineken, no primeiro semestre deste ano, teve margem de lucro operacional de 13,4% contra 15,6% no primeiro semestre de 2019.

“A expansão da margem deve ocorrer com bastante força no próximo ano”, acrescentou Tom O’Hara, gerente de portfólio da Janus Henderson cujo fundo detém ações da AB InBev. Segundo O’Hara, apesar do atraso no alívio dos custos devido ao hedging (estratégia usada para proteger ativos de grandes variações de preços), as margens agora devem atingir seu ponto mais baixo e as cervejarias podem começar a reconstruí-las para níveis históricos.

Van den Broek, diretor financeiro da Heineken, disse que a dinâmica era diferente entre os mercados, com maior risco de reversão de preços na Europa. “No final, será uma questão de como o cenário competitivo evoluirá em cada mercado.  Os fabricantes de cerveja têm mais influência nos mercados em que são mais dominantes, como a AB InBev no Brasil e no México, disse.

 

 

 

 

 

 

Por Publicado em: 1 de novembro de 20230 Comentários