Cacau Show planeja avançar para o exterior em 2023
Depois de ultrapassar o Boticário e se tornar a maior rede de franquias do país, a Cacau Show pretende alcançar novos voos e no plano de internacionalização da marca três países, ainda não divulgados, são cogitados: um com M&A, onde estamos em due diligence, outro com operação própria e o terceiro com modelo store in store. A maior rede de chocolates do país, soma hoje quatro mil lojas entre próprias e franqueadas, o dobro do que tinha há dois anos e meio. O faturamento em 2022 foi de R$ 4,02 bilhões e deve fechar em R$ 5,2 bilhões em 2023. Neste ano, a companhia deve abrir entre 600 e 700 lojas.
Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show, vê uma especialização no mercado de chocolates como aconteceu com vinho e café. “O consumidor busca mais experiência e procedência dos ingredientes, o que pode abrir portas em mercados onde a venda de chocolates se dá principalmente no supermercado hoje”, analisou.
A entrada da categoria de biscoitos no portfólio da empresa deve agregar R$ 100 milhões ao faturamento já no primeiro ano de vendas. É mais uma categoria para levar para o exterior. Isso porque, a Nestlé descartou como plano de curto prazo levar a Kopenhagen para outros países. A Cacau Show já comprou uma fábrica na suíça, onde tem equipamentos patenteados trazidos ao Brasil como a máquina de ovo de chocolate com quatro camadas ou a que produz três mil trufas por minuto. Mas tem olhado aquisições para de fato vender seus chocolates em novos mercados.
Duas metas estão nos planos da empresa. A primeira é triplicar o tamanho do negócio em sete anos, o que significa uma companhia de R$ 15 bilhões em faturamento em 2030 e a outra é mais pessoal do CEO. “Meu sonho grande é quintuplicar o número de pessoas trabalhando para a marca, ter 100 mil pessoas na Cacau Show”, disse Costa. O grupo tem hoje 21 mil pessoas trabalhando, considerando funcionários das fábricas, lojas próprias e lojas franqueados.
A empresa chegou a disputar a compra da concorrente Kopenhagen (grupo CRM), numa aproximação do fundo de private equity Advent que começou antes mesmo do processo oficial de venda. A suíça Nestlé levou, mas não abalou os planos de crescimento e o apetite por M&A da companhia. “A transação da Nestlé com a CRM é uma concentração natural, todo mundo quer estar mais perto do consumidor. Olhamos os primeiros números, mas a gente cresce uma CRM por ano aqui. Não precisamos aprender sobre franquia, podemos até dividir conhecimento, e temos know-how na indústria de chocolates”, afirmou o CEO.
A companhia tem 5% do consumo de cacau de produção própria, fazenda que funciona como P&D da Cacau Show e deve ganhar novos investimentos. Com tecnologia, a empresa conseguiu chegar à produção de três mil quilos por hectare, ante média de 300 quilos por hectare no país.